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Sucedem-se os alertas para a eventualidade de falha no acordo do Brexit.
Representantes das mais diversas áreas alertam para os riscos decorrentes do No-DEAL e para o curto espaço de tempo que resta para as negociações entre o Reino Unido e a União Europeia. Face às crescentes tensões entre ambas as partes, os agentes económicos britânicos começam a revelar o valor de custos acrescidos que vão defrontar no futuro próximo.
O British Retail Consortium (BRC), uma associação comercial que representa os retalhistas do Reino Unido, avisa que caso o acordo do BREXIT falhe, as tarifas sobre importações de alimentos e bebidas deverão ter um impacto de cerca de £ 3,1 mil milhões por ano. É ainda expectável que esse custo adicional seja transferido para o consumidor final, ou seja, os preços da alimentação vão necessariamente ficar mais altos. Os retalhistas alimentares dizem, não haver outra hipótese.
Por sua vez, um porta-voz do governo veio já dizer que “seria benéfico para ambas as partes”, evitar o aumento de preços dos alimentos. E argumenta que ”o Reino Unido é um importador importante de alimentos e outros bens e evitar tarifas seria positivo para ambas as partes, particularmente dado o nosso compromisso com os elevados padrões regulamentares”.
Do outro lado, as empresas europeias mostram-se igualmente preocupadas com a ausência de um acordo comercial nesta altura, apontando também para grandes perdas.
A agravar toda a situação ainda se coloca o eventual cenário de caos na fronteira de Kent. Embora o tema da circulação dos veículos pesados de mercadorias tenha sido ponderado desde o início e encarado como um factor de extrema sensibilidade, a verdade é que nos últimos dias ainda se trabalha em planos como o Kent Access Permit, que contempla a monitorização de matrículas para evitar filas de milhares de camiões. A verdade é que não havendo acordo e as tarifas forem aplicadas, pode estar em causa o fornecimento de alimentos, combustíveis e outros produtos essenciais para o funcionamento da economia.
A expectativa aumenta a cada dia enquanto se multiplicam alertas para os agentes económicos. Estarão de facto preparados para o No-Deal? Que oportunidades se vislumbram para a nova realidade?